A Revolta dos Búzios

 O dia 2 de julho teve um marco triunfal, rigado de revoltas, contradições, deturbações e uma estúpida alienação. Entretanto, independente dos aspectos citados, o dia da independência que é em outras palavras 'a continuação da dependência'.Foi um início de um longo processo revolucionário que tem muito a se fundir.
 A revolta dos alfaiates, nos trouxe a união do povo formando assim o primeiro exército popular. 20 mil pessoas expulsaram os portugueses a nado.
 A revolta teve efetivo início com a divulgação de panfletos feitos por Luis Gonzaga das Virgens, com as seguintes idéias: 1º - Independência da Capitania; 2º Governo Republicano; 3º Liberdade de comércio e abertura de todos os portos; 4º Cada soldado receberia soldo de duzentos réis por dia; 5º Libertação das pessoas escravizadas. O material foi afixado e distribuídos nas ruas de Salvador. Delatado, Luis foi preso no dia 24 de agosto de 1798. 
 No texto dos panfletos constava a seguinte frase: "Povo que viveis flagelados com o pleno poder do indigno coroado, esse mesmo rei que vós criastes; esse mesmo rei tirano é o que se firma no trono para vos veixar, para vos roubar e para vos maltratar." E outro se lia: "Animai-vos Povo Bahiense que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade: o tempo em que todos seremos iguais".
 João de Deus foi motivado a participar da Revolta, por tomar conhecimento das noticias sobre a Revolução Francesa e a luta pela Independência do Haiti. João tinha 37 anos, era alfaiate renomado e pai de cinco filhos. Foi imediatamente preso após a distribuição dos panfletos por sua fama de apaixonado pelos ideais revolucionários. Enfim: era tido pelas Forças Repressoras da Coroa Portuguesa como subversivo.
 Por ordem da rainha portuguesa Dona Maria I - 59 pessoas foram investigadas e até torturadas, sendo 34 processadas e apenas 4 negros sentenciados a morte pela forca. Eram eles: Luís Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino, exceto Cipriano Barata que por ser  um médico intelectual e pertencer as classes sociais não foi morto. 
 Os quatro acusados foram enforcados na Praça da Piedade ( local em que pediam piedade a Deus pelas torturas que lhe foram feitas) em novembro de 1799,  levados num cortejo triste pelas vias publicas de Salvador  e tiveram as suas cabeças cortadas e demais partes do corpo espalhadas pela cidade, sendo assistidos pela população local, formada em 80% por negros, que fazia silenciosa reverencia aos seus heróis e  por futuros participantes de novas insurreições baianas. Esse movimento teve um papel fundamental  na Revolta dos Malês, em 1835.
 Na execução Manuel Faustino e Lucas Dantas recusaram a extrema unção oferecida por um frei franciscano, que lhes oferecida desde que se arrependessem de seus pecados. Eles responderam que não tinham nenhum  ao contrario de seus acusadores e da rainha portuguesa.


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