A mistura da festa popular e comemorações cívica que preenche as ruas de Salvador por ocasião do 2 de Julho, assumiu ao longo dos anos a complexidade de um poli-festival: festeiro tipo religiosos, culturais, políticos e cívicos (Há uma longa tradição de batuques, bailes e bandos anunciadores). Na verdade, o cortejo que sai pelas ruas de Salvador é apenas um dos eventos - a rede festiva se espalha por diversos municípios convocando indentidades múltiplas do vaqueiro ao índio (Uma comunidade de Salvador ainda mantém essas tradições). E antigamente também acontecia em vários bairros e datas distintas, havendo dessa forma "2 de Julho" em agosto, e setembro... como festival político tem uma força incrível. Em época de repressão sempre precisou ser controlado com mão de ferro - tentando neutralizar a formação de novas lideranças carismáticas. Nos dias de hoje, de democracia recente qual a legenda que arriscaria?
Os eventos memoráveis de entrada do exército libertador em Salvador no dia 2 de Julho de 1823, que por sua vez se inserem no processo mais amplo da guerra propriamente dita e de seus antecendentes. E aí entra em cena uma outra dimensão da festa, a rica propriação que dela fez o povo da bahia, construindo uma espécie de civísmo caboclo. Em torno deste núcleo vão se enovelando 185 anos de festivais de reememoração e de interação criativa com esses eventos originais e seus símbolos.
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